A Musa do Esporte Nacional, como é chamada em alguns sites no Brasil é muito mais do que apenas um rosto bonito, medalhista do último Jogos Panamericanos, e com diversas medalhas internacionais, inclusive no evento Grand Prix de Taekwondo a atleta Talisca precisou fazer uma pausa na carreira, com tempo determinado para se tratar e cuidar de uma lesão que já estava fazendo com que ela se sacrificasse a tempos nos tatames.
Integrande da Seleção Brasileira por 12 anos (2008 – 2020) a atleta descobriu em 2017 após sentir muitas dores no quadril que estava com uma Síndrome do Impacto, e foi neste momento que começou para a atleta uma luta constante contra as dores que sofria nos treinos e a vontade de conquistar ainda mais resultados em sua carreira. Como no calendário de competições não havia brechas para pausas, o quadro foi evoluindo, e com dores constantes na época a ressonância magnética confirmou uma tendinopatia do Glúteo mínimo.
Após a descoberta muitas mudanças nas rotinas dos treinos físicos e técnicos foram feitas para que a atleta conseguisse continuar nos treinos e se manter firme em seu propósito de conquistar a Vaga Olímpica e por conta deste sonho, não havia dor que deixasse a atleta longe dos treinos.
Em 2019, após consultas com outros médicos e fisioterapeutas, a atleta foi encaminhada a um especialista em quadril, que afirmou que somente com cirurgia seria possível que ela ficasse sem dor e continuasse sua rotina normalmente, mas com cirurgia viria um período de 6 meses de recuperação, o que foi impossível na época, pois sabia que precisava estar apta para ser escolhida pela Confederação para tentar a Vaga Olímpica, e ficar sem treinar por 6 meses não era uma opção para ela, que preferiu treinar com dores constantes, mas não desistiu de tentar.
«Continuei então sentindo muita dor, teve dias que não conseguia treinar porque a dor era horrível, teve campeonatos que eu fui só fazendo dieta e fisioterapia pra aliviar um pouco da dor e bater o peso pra lutar…
Vivia tomando remédios para dor, até chegar um momento que não resolvia muito, meu corpo começou a sentir muito e comecei a ter lesões no joelho por compensar a lesão do quadril«, relata a atleta.
Quando a Confederação escolheu sua categoria para o Classificatório Olímpico, a atleta, juntamente com sua equipe particular e a Confederação Brasileira decidiram por uma infiltração, para que ela pudesse estar apta a se preparar 100%.
«Quando não classifiquei fiquei arrasada, não só porque não consegui a classificação, mas sim pela forma que foi, sei que todos estavam ali buscando o mesmo objetivo. A primeira coisa que eu pensei quando voltasse para casa era procurar o meu bem estar, ainda não sabendo se queria continuar treinando no alto rendimento eu procurei o médico para fazer a cirurgia, pois não queria voltar a sentir as dores que sentia«.
Assim que retornou da seletiva Olímpica, Talisca realizou uma série de exames de rotina e fez a Artroscropia no Instituto Vita Care do Quadril e o médico Dr. Cristiano Trindade avaliou a cirurgia como um sucesso, mesmo sendo bem mais complicada do que os médicos achavam no começo. Atualmente a atleta já se recupera bem em casa, fazendo fisioterapia constantemente já pensando em seus objetivos futuros.
«Meu objetivo era até 2020 porque eu queria parar de treinar e ter uma vida “normal”, terminar meus cursos pendentes e ter uma profissão pós carreira de atleta, mas Deus tocou no meu coração e me disse que ainda não era a minha hora de parar, nesses 3 meses fiquei depressiva e repensei no que eu queria para mim, e vou tentar mais um ciclo Olímpico até 2024«, salienta Talisca.
Carmen Carolina Pigozzi, Exclusivo MasTKD Brasil